As lendárias sereias são figura presente em diversas histórias ao redor do mundo, provenientes de diferentes povos e culturas. Elas possuem presença mitológica na Grécia antiga e são um elemento importante no folclore europeu. No Brasil, a Yara é uma figura presente em lendas indígenas, enquanto que na religiosidade afro-descendente, Iemanjá é associada a essa figura mitológica. As lendas de sereias também são encontradas no Oriente Médio, como a lenda de Atargátis, e em países escandinavos. Há referências a criaturas com forma humana e cauda de peixe em pinturas rupestres, até mesmo em cavernas que foram habitadas por homens pré-históricos. Isso mostra que há milhares de anos as sereias fazem parte do imaginário humano.
Existem sereias?
A existência de sereias é um tema controverso e há pessoas que acreditam que elas habitam os mares, oceanos, lagos e rios do planeta, enquanto outras descartam essa possibilidade. Ao longo dos séculos, foram registrados diversos relatos de avistamentos e encontros com sereias.
Durante a era dos Descobrimentos, avistar uma sereia era considerado quase obrigatório para os exploradores. Mapas do século XVI e XVII frequentemente apresentavam sereias nos mares pouco explorados. Cristóvão Colombo viu três delas perto do Haiti. Sir Richard Whitburne viu uma quando descobria a Terra Nova em 1610, e a tripulação de Henry Hudson avistou outra. Em todos os casos, os relatos descrevem as sereias de forma semelhante às imagens da arte, embora Colombo tenha achado as sereias menos bonitas e mais masculinas do que esperava.
Em 3 de novembro de 1523, o médico Ambrosius Paré relatou ter visto um tritão do tamanho de um menino de cinco anos e era “como um homem até o umbigo, exceto pelas orelhas; no resto do corpo se assemelhava a um peixe.
Os homens de Hendrik [Henry] Hudson viram uma sereia em 15 de junho de 1608: “do umbigo para cima, suas costas e seios eram como os de uma mulher (…) sua pele era muito branca e o longo cabelo, de cor negra, caía para trás. Ao mergulhar, viram sua cauda, que era como a cauda de um golfinho, mas pintada como a de uma cavala.
Em 1620, o capitão Richard Whitbourne viu uma sereia quando estava à beira da baía de St. John, na Terra Nova. Seu rosto era belo, mas tinha listras azuis na pele no lugar de cabelo. As proporções de sua cauda eram “como uma flecha de farpas largas”.
Em 1614, o capitão John Smith, navegando nas Índias Ocidentais, viu uma sereia “nadando com toda a graça possível perto da costa”. Como Paré, observou que as orelhas eram muito longas, mas que de resto ela era bela. Seu cabelo era verde e ela era um peixe da cintura para baixo.
Em 1717, uma sereia foi capturada perto da ilha de Bornéu. “Tinha 59 polegadas (1,5 metro) de comprimento e suas proporções eram como as de uma enguia.” Teria vivido quatro dias em cativeiro. Recusou-se a comer e fez e sons lastimosos como os de um camundongo. O relato desses eventos, de 1754, sugere que sereias mortas nunca eram encontradas porque sua carne apodrece muito rapidamente. Nas proximidades, em 1652, mais de 50 pessoas haviam visto um tritão e uma sereia, ambos cinza-esverdeados com corpos afilados, nadando lado a lado.
Em 1739, pescadores perto da cidade de Exeter viram um tritão com pés palmados e uma cauda como a de um salmão. Seu nariz era “algo deprimido” e tinha cerca de 4 pés (1,2 metro) de comprimento.
Em Campbelltown, Escócia, em 1811, um agricultor andava à beira-mar quando viu algo branco sobre uma rocha negra a alguma distância da costa. Ele escalou as rochas até poder vê-lo: era um tritão de pele branca com uma cauda cinza-avermelhada. Tinha cabelo comprido e entre 4 e 5 pés (1,2 a 1,5 metro) de altura. Dias depois, uma jovem da vila viu um tritão mergulhar de uma rocha no mar. Tinha cabelo escuro e comprido, pele branca e uma cauda castanho-escura e afilada.
Recentemente, um biólogo, Dr. Paul Robertson, encontrou partes de um corpo de uma criatura marinha que teria sido atacada e semi-devorada por um tubarão. As partes encontradas lembram bastante o que conhecemos por sereia.
Na defesa de sua tese de que existem esses seres, o Dr. Paul Robertson evoca a teoria do “macaco aquático”. A Teoria do macaco aquático, ou mais propriamente hipótese do macaco aquático, é um modelo não considerado científico proposto para explicar a evolução humana. Esta hipótese bem como as suas variantes tem recebido muitas críticas de paleontólogos e de paleoantropólogos.
Há múltiplas explicações que justificam a Hipótese do Macaco Aquático, entre elas:
1. O fato de sermos os únicos primatas que não tem o corpo totalmente recoberto por pelos, uma condição só existente em ambientes aquáticos ou subterrâneos.
2. Os humanos são os únicos mamíferos bípedes. Essa transformação não ocorreria facilmente na savana africana, onde evoluíram os primeiros homens. Já na água, o corpo humano tende a manter essa posição.
3. A respiração do ser humano é diferente da de outros mamíferos, já que temos a capacidade de controlá-la voluntariamente. Tal como os mamíferos marinhos, podemos inalar o ar necessário para mergulhar e depois voltar à superfície para respirar.
4. Assim como os mamíferos aquáticos, e ao contrário dos terrestres, os humanos possuem uma reserva de gordura que retêm durante todo o ano.
5. As lágrimas, a sudorese excessiva e a porção de pele que separa o polegar do dedo indicador sugerem antepassados aquáticos segundo os adeptos da teoria.
6. Por último, nossa facilidade de nadar, em comparação à falta de jeito de muitos mamíferos terrestres na água, sugere que evoluímos de seres aquáticos.
Em 6 de março de 2013, o geólogo marinho Dr. Torsten Schmidt divulgou imagens extraordinárias que ele acredita serem de uma sereia, capturadas pela câmera durante uma de suas explorações em alto-mar. Schmidt trabalhava para a Islândia Geosurvey, em uma equipe dinamarquesa que realizava mapeamento sísmico e do fundo do oceano para localizar possíveis reservas de gás natural e petróleo.
A equipe estava quase 3.000 pés (1.000 m) abaixo da superfície do oceano, onde Schmidt não só viu um fenômeno interessante, mas também ouviu sons notáveis. Após relatar os estranhos ruídos para a Islândia Geosurvey, pediu para realizar uma investigação, mas teve seu pedido negado.
“Fomos lembrados sobre os nossos acordos de confidencialidade. E nós fomos informados que não poderiam compartilhar a nossa gravação com mais ninguém”, disse Dr. Schmidt ao jornalista Jon Frankel no documentário do Animal Planet , “Mermaids : The New Evidence”.
Dr. Schmidt acabou por realizar a sua própria investigação onde “levou consigo duas câmaras em cada mergulho, para o caso de vê-las.” Comentando sobre a sua filmagem, Dr. Schmidt disse a Jon Frankel , “bem, eu olhei para ela, e sabia que estava a olhar para o rosto de outras espécies inteligentes, como nós”.
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