De acordo com o biólogo Juan Carlos Izpisua Belmonte, do Instituto Salk de Estudos Biológicos, em La Jolla, Califórnia, um dos líderes da pesquisa, o objetivo do polêmico experimento é criar "tecidos funcionais ou órgãos que possam ser transplantados".
Para a realização da experiência, os cientistas introduziram células-tronco humanas em embriões de porco em um estágio inicial de desenvolvimento, permitindo-lhes criar cercade 2 mil híbridos que, em seguida, foram inseminados em uma porca. Desse total, 186 se converteram em embriões híbridos, que permaneceram no útero do animal por 28 dias, período que corresponde ao primeiro trimestre de gestação dos porcos. Após esse prazo, os fetos foram extraídos para finalização do estudo.
Belmonte esclarece que basta esse período de gestação para que os embriões se desenvolvam de tal forma que os cientistas possam analisá-los sem "preocupações éticas". Ainda de acordo com o biólogo, a possibilidade de um animal com células humanas nascer é algo que poderia causar problemas fora do mundo científico. "A sociedade tem de decidir o que se deve fazer", ressalta o pesquisador.
Entretanto, o experimento, primeiro na história a cruzar células de duas espécies muito diferentes, poderá oferecer novas oportunidades à ciência para investigar algumas doenças graves, especialmente como elas afetam o corpo humano.
Os cientistas esperam também que experiências como essa abram caminho para pesquisas sobre métodos mais eficientes de criação de órgãos humanos para transplantes, gerados a partir de células do próprio receptor. Assim, a rejeição dos tecidos seria evitada, resolvendo o problema da falta de doações de órgãos no mundo.
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